quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

STJ determina busca e apreensão no Tribunal de Contas

08-12-2011


Fonte: revista eletrônica Consultor Jurídico
O ministro Castro Meira, do Superior Tribunal de Justiça, determinou a busca e apreensão de dados no Tribunal de Contas do Estado Rio de Janeiro. A diligência foi pedida pelo Ministério Público Federal com o intuito de preservar provas.
 
A Polícia Federal já cumpriu a medida, de forma tranquila, na Coordenadoria Setorial de Preparo e Pagamento (COP), na Coordenadoria de Recursos Humanos (CRH) e na Diretoria Geral de Informática (DGI), áreas do TCE/RJ.
 
A ação penal instaurada nesta quarta-feira, dia 7, investiga irregularidades administrativas no âmbito do TCE-RJ. 

União adere a ação na Justiça contra divisão de royalties

08-12-2011


Fonte: revista eletrônica Consultor Jurídico
A União enviou ao Supremo Tribunal Federal pedido para entrar como parte no Mandado de Segurança com o qual parlamentares do Rio de Janeiro e do Espírito Santo tentam impedir a votação do projeto de redistribuição dos royalties do petróleo. O pedido de ingresso da União no MS 30.956 está sob análise do ministro Ricardo Lewandowski.
 
Os autores do MS tentam impedir a tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei do Senado (PLS 448/11) que altera a distribuição da participação especial e dos royalties da produção de petróleo entre estados e União. Os parlamentares argumentam que a proposta fere o modelo federativo brasileiro, ao enfraquecer a autonomia dos estados produtores “com o indevido fortalecimento do poder central da União”. Também é argumento dos autores o “caráter indenizatório e compensatório” dos royalties previsto na Constituição. Para eles, apenas os estados que foram explorados teriam direito de ser indenizados ou compensados.
 
O Projeto de Lei que propõe a nova divisão foi aprovado no Senado Federal em outubro e tramita na Câmara dos Deputados. Outros dois Mandados de Segurança (MS 31031 e 31034) de autoria de parlamentares fluminenses e capixabas tramitam no STF para impedir a votação do projeto de redistribuição.

Código Florestal: emendas de última hora são alvo de polêmica

08-12-2011


Fonte: jornal O Estado de S. Paulo


A votação do Código Florestal provocou reações por parte de organizações da sociedade civil.Não só pelo conteúdo, mas pela forma da votação. O advogado André Lima, da Comissão de Direito Ambiental da OAB, denunciou que a maioria dos senadores desconhece o que foi votado.

"Emendas foram redigidas na hora e somente meia dúzia de senadores sabe o que foi votado", afirma. Até o fechamento desta edição, o texto final não estava disponível no site do Senado e nenhuma das fontes consultadas pela reportagem possuía o documento. "Participei do processo inteiro e, em alguns momentos das negociações dessas emendas que surgiam no papel subitamente, eu intervim. Os textos estavam sendo mexidos a critério dos assessores de plantão.

Os senadores só davam o aval", resume. "Poucos de fato sabiam mais ou menos do que se tratava cada negociação." O presidente da comissão de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Agricultura, Assuero Doca Veronez, diz que teve a mesma impressão. "Acompanhei de perto e não entendi nada." Para ele, a proposta aprovada é benéfica para o setor do agronegócio, embora os produtores tenha computado "perdas".

"Nem sequer se admite discussãosobreos80% de reserva legal para a Amazônia.Isso inviabiliza a propriedade de quem está na região", diz.

O senador Jorge Viana (PTAC), relator da matéria na Comissão de Meio Ambiente, disse que rejeitou 52 emendas "apresentadas de última hora" e acatou 26 que vinham sendo discutidas com senadores de vários partidos havia semanas. "Quem fala isso não estava acompanhando o dia a dia dos trabalhos. Eu não seria irresponsável de fechar um texto com emendas de última hora.

A única emenda que foi construída nos últimos dias foi a que se refere à carcinicultura (criação do camarão) em manguezais e apicuns", rebate.

Esta, aliás, foi uma das emendas mais polêmicas da votação.

Segundo Lima, houve pressão dos senadores do Nordeste pela aprovação. Para a secretária-geral do WWF Brasil e ex-secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília Wey de Brito, a aprovação dessa emenda "é uma demonstração clara do quanto esse Código foi feito debaixo dos panos e o quanto essa discussão foi conversa para boi dormir.No que diz respeito à carcinicultura há pontos importantes: primeiro, os manguezais, apicuns e salgados não podem ser tratados separadamente.

Segundo, os manguezais são os berçários para a produção pesqueira, importantes principalmente para os pescadores artesanais", afirma.

Para ela, a votação foi negociada nos bastidores pelo governo e seus senadores. "Venderam o Código pelo preço da matéria do dia. Se foi a DRU ou os royalties do petróleo, não importa." O senador Rodrigo Rollemberg (PSBDF) rebate. "O tema vem sendo debatido no Senado desde março. Realizamos 18 audiências públicas e isolamos os radicais de ambos os lados."

Antes do Natal

Apesar do recesso parlamentar que começa no dia 23, a nova votação no plenário da Câmara, última etapa do debate que já dura 13 anos, está prevista para a próxima quinta-feira.

Supremo suspende julgamento de benefícios a juízes

08-12-2011


Fonte: revista eletrônica Consultor Jurídico
O julgamento do Supremo Tribunal Federal que decidirá sobre o direito dos juízes trabalhistas classistas aposentados a receber auxílio-moradia foi suspenso pela segunda vez nesta quarta-feira.

O ministro José Antonio Dias Toffoli fez novo pedido de vista do Recurso Ordinário em Mandado de Segurança 25.841, no qual a Associação Nacional dos Juízes Classistas da Justiça do Trabalho pleiteia o auxílio concedido aos juízes trabalhistas togados (de carreira) antes da Lei 9.655/98, que diferenciou o reajuste dos vencimentos dos magistrados togados e classistas.

Este é o segundo pedido de vista formulado no julgamento desta ação, iniciado em 10 de fevereiro deste ano. À época, o ministro Gilmar Mendes votou pelo não provimento do recurso e foi acompanhado pelos ministros Dias Toffoli e Carmem Lúcia.

Nesta quarta-feira, o ministro Marco Aurélio deu provimento parcial ao pedido, considerando que os juízes classistas que estiveram na ativa entre 1992 e 1998 devem receber o benefício.

O pedido já foi negado pelo Tribunal Superior do Trabalho, com o entendimento de que os juízes classistas inativos não têm direito ao auxílio concedido aos magistrados togados. Isso porque o reajuste do classista tem regra diversa do reajuste do juiz togado.

Ação ameaça classificação de programas na televisão

08-12-2011


Fonte: jornal Folha de S. Paulo
Uma ação no Supremo Tribunal Federal pode derrubar as atuais regras de classificação indicativa na TV.

Na semana passada, quatro de dez ministros do órgão votaram a favor da anulação de parte do artigo 254 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). O julgamento foi interrompido por pedido de vista de Joaquim Barbosa.

Se tombarem mesmo, as regras devem cair numa rede de segurança, pois há recursos na Constituição para enquadrar as TVs mesmo sem as multas de hoje.

Mas entidades pró-ECA temem a mudança. "[O ECA] Garante efetividade ao sistema", diz Veet Vivarta, da Agência de Notícias dos Direitos da Infância.

Emenda 29 é aprovada no Senado sem nova CPMF

08-12-2011

Fonte: revista eletrônica Consultor Jurídico

A proposta que regulamenta as aplicações mínimas do governo federal, dos estados e municípios na saúde, conforme a Emenda 29, foi aprovada pelo Senado. Os dispositivos sobre a criação de uma Contribuição Social para a Saúde (CSS), chamada como a nova Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), foi retirada do texto por 62 votos a 9.

No texto aprovado, que vai à sanção presidencial, a União deve destinar à saúde o valor aplicado no ano anterior mais a variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores ao que se referir a lei orçamentária. Em 2012, portanto, a União aplicará na saúde o destinado em 2011, acrescido da variação do PIB de 2010 para 2011, somando R$ 86 bilhões.

Os estados serão obrigados a repassar 12% das suas receitas na saúde e os municípios, 15%. O Distrito Federal deverá aplicar 12% ou 15%, conforme a receita seja originária de um imposto de base estadual ou municipal.

Também foi retirado do texto a vinculação de 10% da receita bruta da União para a saúde, como previa o projeto original. E foi reincorporada a inclusão dos recursos do Fundo de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb) na base de cálculo do montante de recursos que os estados aplicarão em saúde. Assim, foi mantido o repasse de R$ 7 bilhões do Fundeb.

Além de dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, estados, Distrito Federal e municípios em ações e serviços públicos de saúde, o texto estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas três esferas de governo.

O relator da matéria e líder do PT, senador Humberto Costa (PE), manteve o texto conforme foi reenviado da Câmara dos Deputados ao Senado. Costa disse que o Congresso Nacional precisa debater a criação de novas fontes de receita para a saúde. “Dinheiro não nasce em árvore, minha gente. Só se consegue se a sociedade estiver convencida e der a sua contribuição para isso”, afirmou. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) assinalou que, desde o fim da CPMF, a arrecadação do governo federal aumentou em R$ 150 bilhões, sendo que em 2011 o aumento em relação a 2010 foi de R$ 78 bilhões.

O governo federal vinha condicionando a aprovação dos 10% para saúde à criação da CSS, que funcionaria nos moldes da extinta CPMF. O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), pediu destaque para que a criação do CSS fosse votada separadamente. O senador Francisco Dornelles (RJ), da base do governo, afirmou que a CSS seria a recriação da CPMF, mas com outro nome. Ele destacou que só seria possível criar uma contribuição cumulativa por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição e jamais por meio de um projeto de lei complementar.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Países debatem Lei de Acesso à Informação

06-12-2011


Fonte: site do jornal O Globo
O Brasil possivelmente não conseguirá fazer valer, dentro do prazo determinado e em todas as esferas, poderes e estados, a Lei de Acesso a Informações Públicas, na opinião da diretora de Prevenção à Corrupção da Controladoria Geral da União (CGU), Vânia Vieira. A afirmação foi feita em seminário em São Paulo, no qual foram apresentadas experiências de outros países na execução de leis que dão ao cidadão o direito de acessar informações públicas.

Sancionada em 18 de novembro pela presidente Dilma Rousseff, a lei acabou com o sigilo eterno de documentos oficiais e estabeleceu que órgãos públicos, em todas as esferas, têm de prestar em no máximo 30 dias informações solicitadas por cidadãos sem que eles tenham que justificar o pedido.

No Executivo Federal, a CGU é o órgão que vai avaliar recursos dos cidadãos e estruturar a União para a norma, que entra em vigor em maio do ano que vem.

"A entrada em vigor é o maior desafio. Provavelmente, o Brasil não conseguirá cumprir em 180 dias, em todas as esferas e em todos os poderes, esse prazo tão exíguo", disse Vânia, em palestra no Seminário Internacional de Acesso à Informação Pública, promovido pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ), pelo Consulado dos Estados Unidos em São Paulo e pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

"O que, possivelmente, não conseguiremos cumprir é a organização de tudo num processo eletrônico, para termos um sistema que permita a tramitação eletrônica desses pedidos. Para isso, talvez, o prazo não seja factível", completou Vânia, destacando que o Brasil tem muito o que aprender com a experiência de outros países na execução de leis de acesso à informação.

Um exemplo bem-sucedido é o do México, onde a maioria das solicitações por informação pública é feita e processada pela internet, num portal. No país, foi criado um órgão especial para tratar dos pedidos, o Instituto Federal de Acesso à Informação e Proteção de Dados (Ifai) e, desde 2003, quase 700 mil pedidos de informação foram analisados.

"Em 2011, cerca de 47% das solicitações foram feitas pela academia (pesquisadores), 25%, por empresas, 16%, pelo governo e 10%, pela mídia", disse a diretora de coordenação de políticas de acesso do Ifai, a mexicana Gabriela Segovia.

Mais de 3 mil apelações acumuladas na Escócia

Na Escócia, pedidos de informação resultaram em mudanças importantes de postura do governo. Exemplo disso ocorreu quando os pais descobriram que o governo se baseava em dados desatualizados para decidir pela desativação de escolas rurais. A partir daí, a administração pública passou a ser obrigada a justificar o fechamento das instituições de ensino. Na Escócia, o governo já lidou com mais de 3 mil apelações desde 2005, de casos de informações não recebidas.

Na Índia, cidadãos que solicitam informações podem não ter o pedido atendido, mas são beneficiados de outras formas, segundo o pesquisador americano Thomas Blanton, da Universidade George Washington. Há casos de pessoas que questionam o governo sobre as razões de não terem água encanada no local onde moram, e, embora o poder público não dê uma resposta, acaba fazendo a instalação dos canos de água na referida comunidade, exemplifica o pesquisador.

Nos Estados Unidos, em 2010, foram feitos 597 mil pedidos de informação. O governo americano se negou a divulgar uma fotografia do terrorista Osama Bin Laden, alegando que isso incitaria a violência, e a Justiça é que decidirá sobre a solicitação.

Na África do Sul, 70% dos pedidos são ignorados

Já a África do Sul foi citada como um exemplo que não deve ser seguido pelo Brasil. Isso porque, apesar de ter uma lei de acesso à informação há mais de dez anos, de 60% a 70% dos pedidos dos cidadãos são ignorados pelos órgãos públicos.

A diretora da CGU e o diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo, demonstraram preocupação com a implementação da lei nos estados e municípios, que precisam criar estruturas próprias de processamento de pedidos e recursos.

"O plano municipal é uma selva. É o desafio mais grave que existe. A informação não flui de forma geral", criticou Abramo, afirmando que muitos municípios dependem de repasses dos governos estaduais e da União para sobreviver.

Na opinião da diretora da CGU Vânia Vieira, a capacitação de servidores e a mudança de cultura do funcionalismo sobre os direitos da população a informações governamentais são os principais desafios para colocar a lei em prática. Segundo Vânia, é preciso que os servidores tenham clareza de que permitir o acesso a dados é agora a regra, e não a exceção.

De acordo com o levantamento feito pela CGU com cerca de mil servidores do Executivo Federal, muitos funcionários acham, erroneamente, que o solicitante só pode ter acesso a dados pessoais e que apenas chefes de departamento podem liberar as informações. Os servidores demonstraram receio de que a nova lei cause sobrecarga de trabalho ao funcionalismo.

"A nossa prioridade é a capacitação de servidores. Eles têm que saber da lei. Estamos lançando uma cartilha para os funcionários e vamos fazer cursos", disse Vânia.

O coordenador de Comunicação e Informação da Unesco, Guilherme Canela, afirmou que é preciso pressionar para que a lei seja implementada. "Tem que haver um investimento volumoso de recursos. Temos de sair da cultura do segredo para a do acesso".

Penhora de salário está em proposta de novo código

06-12-2011


Fonte: jornal Valor Econômico
Depois de analisarem cerca de 500 propostas de emendas e quase uma centena de projetos de lei, os juristas que integram a Comissão Especial do novo Código de Processo Civil (CPC), criada pela Câmara dos Deputados, entregarão um texto ainda mais polêmico do que o aprovado pelo Senado, em dezembro de 2010. Dois pontos prometem muito debate entre os deputados: a previsão de penhora de parte dos salários e bens de família e a retirada do efeito suspensivo de recurso contra decisão de primeiro grau.

A proposta, em fase final de elaboração, deve ser levada à votação na primeira quinzena de março, segundo o relator-geral do CPC, deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA). A expectativa é que os sub-relatores das cinco partes do código finalizem seus relatórios em fevereiro. "Pretendemos dar celeridade ao processo judicial, mas não resolveremos todos os problemas do Judiciário", diz Carneiro.

Atualmente, a regra geral é que a sentença não produz efeitos imediatos. A proposta dos juristas é que, junto com o recurso de apelação, o advogado proponha um pedido de suspensão. Caberá ao relator do caso decidir pela suspensão ou manutenção dos efeitos. Segundo o jurista Paulo Lucon, professor de processo civil da Universidade de São Paulo (USP), "há uma imensa polêmica em relação ao assunto". Para o deputado Barradas Carneiro, é necessário valorizar e fazer valer as decisões judiciais. "Quem apregoa celeridade quer efeito imediato. Precisamos priorizar e conviver com as sentenças de primeiro grau", afirma.

Quanto às penhoras, a dificuldade maior ficará na aprovação do bloqueio dos bens de família para o pagamento de dívidas. Já há redação específica, entretanto, para a penhora de salários. Pela proposta, seria possível bloquear 30% dos salários superiores ao teto da remuneração na Previdência Social, atualmente em R$ 3,6 mil. "Assim, garantimos proteção aos aposentados e àqueles que recebem o salário mínimo", diz Carneiro.

Dentre outras mudanças relevantes no código que rege o trâmite dos processos civis, está a inscrição da sentença em cadastro nacional de devedores e uma prática já utilizada no direito americano: a convocação de testemunhas técnicas especializadas pelas partes. Se julgar os depoimentos suficientes, o juiz poderia suspender a realização de perícias judiciais. "A vantagem seria tirar a rigidez na coleta de provas e a celeridade porque as perícias judiciais demoram, em média, seis meses para serem concluídas", afirma Lucon. Outra proposta para dar agilidade ao trâmite da ação é o julgamento parcial do processo. Atualmente, o juiz não pode dividir a análise do mérito da questão. "Se há dois pedidos, um líquido e outro que precisa de provas, o juiz poderá cindir o julgamento e analisar o primeiro, diz Lucon.

Os juristas também sugeriram uma previsão ao chamado "incidente de demandas repetitivas". Os processos idênticos que "tenham impacto de massa" e decisões divergentes e conflitantes na primeira instância serão julgados a partir de um "caso-piloto" nos Tribunais de Justiça. Pela proposta formulada na Câmara, as partes poderão pedir a distinção do seu processo em relação às demais para ter outro julgamento.

Antes de enfrentar questões polêmicas, porém, alguns deputados terão que ser convencidos da necessidade de aprovação de um novo código. Segundo o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), primeiro vice-presidente da Comissão Especial do CPC na Câmara, a aprovação de um novo texto que, segundo ele, altera até 25% do atual, prejudica os entendimentos já consolidados pela jurisprudência.

Para o jurista Fredie Didier Júnior, as mudanças ocorridas desde 1973, quando entrou em vigor o atual código, justificam um novo texto. "O CPC foi elaborado em período ditatorial, o divórcio não era permitido e ainda não tínhamos a atual Constituição. Precisamos construir um código segundo a atual legislação", diz.
 

CNJ tem 75 itens em pauta nesta terça

06-12-2011


Fonte: Jornal do Commercio
O Conselho Nacional da Justiça (CNJ) realiza nesta terça, dia 7, a partir das 9h, sua 140' sessão ordinária que será a última deste ano. A pauta de 75 itens inclui processos sobre apuração de infração disciplinar de magistrados e diversos outros assuntos, como o desconto de dias parados, em razão de greve, e pedidos de crédito suplementar para o Superior Tribunal de Justiça, Conselho Superior da Justiça do Trabalho, Conselho Superior da Justiça Federal, Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Superior Tribunal Militar e Tribunal Superior Eleitoral.

O caso do desconto dos dias parados será relatado pelo conselheiro Sílvio Luis Ferreira da Rocha e envolve recurso do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal de Pernambuco (Sintrajuf) contra deliberação administrativa do pleno do TRT da 6ª região que determinou o desconto dos dias da greve de servidores deflagrada em 18 de outubro deste ano. Já o parecer sobre crédito suplementar será relatado pelo conselheiro Jefferson Krauchychyn.

Há ainda pedido para que o CNJ determine ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo a inclusão dos honorários advocatícios no pagamento de precatórios, relatado pelo conselheiro José Guilherme Vast Werner: Em outro pedido, a Ordem dos Advogados do Brasil pede a anulação de decisão de uma magistrada do Rio Grande do Sul que reduziu o valor dos honorários advocatícios pactuado entre as partes.

Os conselheiros vão analisar também uma proposta de estabelecimento de normas gerais para a execução de medidas socioeducativas, relatado pelo conselheiro Tourinho Neto. Outro ponto da pauta são pedidos de padronização dos sistemas eletrônicos de tramitação processual dos tribunais, relatados pelo conselheiro Wellington Cabral Saraiva.

O conselho volta a analisar a possibilidade de o Poder Judiciário utilizar as Parcerias Público-Privadas (PPP) para a realização de obras. O processo,relatado pelo conselheiro José Guilherme Vasi Werner; estava com vista ao conselheiro Tourinho Neto.

STF analisará tributos sobre crédito presumido do IPI

06-12-2011


Fonte: revista eletrônica Consultor Jurídico
O Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral do recurso em que se discute a possibilidade de o crédito presumido do IPI, decorrente de exportações, integrarem a base de cálculo do PIS e da Cofins. No recurso, de relatoria do ministro Joaquim Barbosa, a União questiona decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região o qual entendeu que os créditos recebidos por uma empresa de equipamentos agrícolas não constituem renda tributável pelo PIS e Cofins quando derivados de operação de exportação.

Instituído pela Lei 9.363/96, o crédito presumido do IPI prevê o ressarcimento de valores pagos pelo produtor, relativos à incidência do PIS e da Cofins sobre as aquisições, no mercado interno, de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, que serão utilizados no processo produtivo dos bens destinados à exportação. A norma visa desonerar a cadeia produtiva, contribuindo assim com a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional.

A discussão sobre a possibilidade de incluir o crédito na base de cálculo dos tributos destinados ao custeio da Seguridade Social se dá à luz do dispositivo constitucional que prevê a não incidência de contribuições sociais sobre as receitas decorrentes de exportação (inciso II, parágrafo 2º, artigo 149, da Constituição). A questão envolve ainda outros dois artigos da Carta Magna: o 150, que limita a concessão de subsídios ou isenções tributárias, permitidos apenas mediante lei específica (parágrafo 6º) e o 195, o qual prevê que a Seguridade Social será financiada, em parte, pelas contribuições incidentes sobre a receita ou o faturamento de empresas.

Para o ministro Joaquim Barbosa, a discussão transcende os interesses das partes, "na medida em que há um expressivo número de empresas exportadoras que gozam do benefício fiscal cuja expressão econômica a União pretende tributar". "Do ponto de vista econômico e de comércio exterior, a definição da base de cálculo da Cofins e da contribuição ao PIS para as empresas exportadoras é relevante, na medida em que as exonerações tributárias são instrumentos importantes de calibração dos preços e, consequentemente, da competitividade dos produtos nacionais", destacou o relator, ao se manifestar pela existência de repercussão geral na matéria constitucional suscitada no recurso.

No Recurso Extraordinário levado ao Supremo, a União contesta o acórdão do TRF-4, sustentando que o crédito presumido do IPI enquadra-se no conceito de receita bruta, devendo, portanto, integrar a base de cálculo das contribuições ao PIS e Cofins devidas pela empresa exportadora.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Prerrogativa não é privilégio - Wadih Damous

30-11-2011


Na conferência que proferi semana passada, na XXI Conferência Nacional de Advogados, em Curitiba, tratei da importância do respeito às prerrogativas dos advogados numa sociedade democrática. Diferentemente do que imaginam alguns, o respeito aos direitos profissionais dos advogados não é privilégio. É condição sine qua non para a vigência do estado de direito. Afinal, se o advogado é cerceado em seu trabalho, o maior prejudicado é o cidadão, que dele depende para a busca de seus direitos.

O que determinam a Constituição e o Estatuto da Advocacia não pode ser mero enfeite.

Para tal, há uma batalha a ser travada em várias frentes.

Em primeiro lugar, junto aos próprios colegas advogados, alguns dos quais não conhecem suas prerrogativas, ou não se dispõem a lutar por elas.

Outra frente é junto à magistratura. Arrisco dizer que não há advogado que não tenha presenciado desmandos de juízes em relação aos direitos dos advogados. Diariamente recebemos queixas relacionadas com a negativa da vista de autos.

Depois, é preciso sensibilizar a sociedade. Esta, muitas vezes, tende a associar o advogado ao cliente, transferindo ao defensor a repulsa que sente por alguém que infringiu a lei. Basta ver o que ocorreu recentemente, em São Paulo, onde advogados do casal Nardoni foram quase linchados em via pública.

É verdade que a situação já foi pior. Basta lembrar que, até pouco tempo atrás, os advogados sofriam humilhante revista ao ingressar no Fórum - nosso local de trabalho.

Mas ainda há muito o que avançar no que toca ao respeito às prerrogativas: para o bem dos advogados, para o bem dos cidadãos que recorrem à Justiça e para o bem do estado de direito.
 
*Wadih Damous é presidente da OAB/RJ.